29 de abril de 2010

61° Congresso Nacional de Botânica (2010)

Tá decidido, eu vou ao Congresso de Botânica em Manaus. E mais, vou inscrever meu atual trabalho com sementes do gênero Sisyrinchium. Vocês devem achar que não há nada de errado nessas afirmações, exceto aqueles que acham que quem gosta de botânica é louco. Bom, não é bem assim!
Viajar pelo Brasil é caro! Mais caro ainda quando você ganha uma bolsa de R$330,00 por mês, e tem que fazer o dinheiro pagar as passagens de bus, o RU, as cópias no xerox e tudo mais que uma garota precisa durante o mês. Imaginem que terei que desembolsar ao menos R$1.300,00, dos quais com sorte eu consigo rever R$400,00 com a ajuda da bolsa da PROPESQ (já que irei apresentar).

Ok, eu quero muiiiiiito ir! Quando mais eu teria oportunidade de ir pra Manaus?

Apertando aqui e ali e com um empréstimo da minha mãe, creio que até o final do ano que vem eu termino de pagar a viagem... Acho que vou ter que arrumar alguém rico pra me sustentar! Algum voluntário?

A mi me gusta...



www.veraloca.com

27 de abril de 2010

Tá com fome?

Numa localidade no interior de Mondaí, nomeada “Sanga Forte”, moramos durante alguns meses (talvez mais). Naquela época minha mãe trouxe minha tia mais nova, Marta, que nem tinha entrado na pré-adolescência, pra morar conosco e cuidar de mim.


Tudo ia bem até que num determinado dia eu sumi.


Dizem que procuraram por todos os lados e não me encontraram. Apavorados, correram em direção a tal sanga pra ver se havia algum sinal meu, mas nada. Teria ela caído na água? Sei que simplesmente não procuraram bem! Hehehehe...

Lá pelas tantas me encontraram bem perto de casa, na horta, sentada, comendo tomates verdes.

Imagino o susto e as consequentes palmadas. Coisas de infância no interior.


Nota: Sanga = riacho

26 de abril de 2010

16 de abril de 2010

Dos bois.

[Há quem diga que não entende o que me motivou a contar coisas da minha vida aqui. Eu também não entendo...]

Eu passei três anos em Mondaí e de lá parece que poucas memórias vieram com os meus pais e os dados são incertos e desencontrados.
Um deles é ainda mais vago e duvidoso, visto que foi meu pai quem me contou. Estranho perceber que, embora tenha sido uma situação bastante tensa, ele parece não ter contado nada pra minha mãe (acredito que ela lembraria de algo assim).

Segundo meu pai eu estava com ele na roça, sentada sob uma sombra enquanto ele trabalhava. Alguma coisa assustou muito os pobres dos bois que estavam encangados na carroça e eles dispararam na minha direção. Não faço idéia de quão próximo a mim eles passaram. Sei que foi tão perto que quando eles pararam, já no galpão de casa, meu pai bateu muito neles, tanto que quase tirou o couro dos bichos.

Eu queria saber mais sobre isso, sabe, então perguntei pra minha mãe uns dias atrás o que tinha acontecido naquele dia. A resposta dela? Disse que lhe subiu um frio pela espinha, pois não sabia que isso tinha acontecido e ficou olhando pra mim, meio hipnotizada. Imagino o desespero que se sente ao saber de algo assim...

É... Me ocorre agora que eles já não andavam bem naquela época. Imagino que ele não tenha contado pra evitar confusão... E quem sofreu com isso? Os pobres dos bichos que não tinham nada a ver com aquilo...

15 de abril de 2010

A pequena independente (?)

[Os primeiros anos da minha vida foram um tanto quanto atípicos...]


O cotidiano dos meus pais em Mondaí, trabalhando na roça, nunca foi fácil. Sei que acordavam lá pelas 6h – no verão e no inverno, com chuva ou sem, em feriado e fim de semana – e iam ordenhar as vacas. Imagino que no máximo às 7h30min eles já haviam ido pra lavoura e só voltavam pro almoço.

Nesse meio tempo eu permanecia dormindo. Não, eu não dormia tanto quanto hoje e certamente já estava de pé lá pelas 9h. Eu levantava, pegava a caneca de leite (não gostava de mamadeira) que minha mãe deixava pronta em cima da mesa e depois de ter me alimentado saía a caminho da roça. A distância da nossa casa até lá eu não sei, mas nunca me aconteceu nada. Minha mãe diz que lá pela metade da manhã ela via uma cabeça branca no meio da capoeira...

O que penso disso tudo? Que não teria coragem de fazer o mesmo... A minha mãe, pensando hoje a respeito, não entende como conseguia me deixar sozinha e diz que faria tudo diferente.


Quanto mais eu penso sobre a minha vida, mais chego a conclusão que havia alguém olhando por mim nesse tempo todo...

9 de abril de 2010

O caso da menina desaparecida

Conta minha mãe que num dia (não faço idéia de qual), supostamente meu pai havia ido visitar as “tias” [= casa da luz vermelha]. Acontece que naquele dia minha mãe e eu estávamos na casa dos meus avós maternos e já era noite quando ele voltou... Bêbado, queria que fôssemos pra casa. Minha mãe disse que brigaram, pois era tarde pra caminhar os muitos Km que separavam a casa da Muta da nossa...

Acontece que meu pai não foi muito compreensivo. Tendo discutido com a minha mãe, ele me tomou nos braços e saiu... Não sei quanto tempo ficou fora, mas sei que lá pelas tantas ele retornou, mas faltava uma certa coisa gorda, branca, de olhinhos azuis e cabelos louros/brancos em seu colo!

Não preciso dizer que deve ter sido uma comoção geral. Diz-se que saíram a procurar essa que vos fala desesperadamente.

Afinal, me encontraram sentadinha, não longe da casa da minha avó, fora da estrada, no meio de um mato que batia nos joelhos da minha mãe...

O que aconteceu entre o momento em que fui deixada lá e o que fui achada? Quanto tempo fiquei lá? Boas perguntas! Só sei que me encontraram lá quietinha sentada... Eu tinha uns oito meses.


[Essa foi a primeira de muitas...]

8 de abril de 2010

Saída pra Caçapava do Sul

Meus colegas sabem o quanto eu os incentivo a fazer a cadeira de Trabalho de Campo (a melhor que fiz até agora). Ela me levou a essa maravilhosa cidade no semestre passado (relato) e me levará novamente nesse sábado!
Será bom retornar aquele lugar e curtir a paisagem sem ter que ficar anotando tudo desesperadamente...
Será que nos perderemos novamente? Hehehehe! O Jarenkow ainda não entende como isso foi acontecer... Ficou traumatizado!
Bom, tem coisas que ele obviamente não sabe e que estão relatadas nesse blog... Hahahaha! O que ele diria disso? Sabe-se lá, afinal ele é um lorde élfico.

Sobre mim

Eu, Cristiane Bottega, nascida em 06 de agosto de 1984, sou fruto de um casamento datado do dia 07 de abril de 1984 (hein? Como? Sim, eu fui encomendada antes da hora). Hehehehe!
Bom, diz-se que nasci às 11h50min com mais de 3kg (isso não perguntei). Quanto ao meu nascimento, o fato incomum é que eu nasci em casa, na cama dos meus pais, com a ajuda de uma parteira. Por quê? A cidade de Mondaí ficava a quase 10 Km e era mais rápido chamar a parteira que arrumar um carro pra me levar até lá. [Nos anos 1980 poucos colonos tinham meio transporte (= fusca)]
Vivi em Mondaí/SC até os três anos, quando meus pais resolveram tentar a sorte no Vale do Rio dos Sinos no Rio Grande do Sul, mais precisamente em Sapiranga. De lá, me mudei aos 14 para Porto Alegre e cá estou ainda hoje.
O casamento dos meus pais não durou muito... Foram seis penosos anos (pelo que sei), nos quais o meu pai bebia e fumava bastante e trabalhava pouco.
Posso dizer que entre a separação dos meus pais e o meu primeiro estágio no Ensino Médio as coisas foram muito difíceis. O dinheiro era curto e ele nunca pagou pensão à minha mãe. Nunca passei fome, mas passei muita vontade... Isso conto melhor ao longo dos posts...

Acho que era isso! Ah, agora faço Biologia na UFRGS, pra quem não sabe... Hehehehehe!

Enfim...

Estou pra colocar em prática uma idéia que tenho há algum tempo: escrever algumas passagens relacionadas à minha infância e adolescência.

Bom, diante da falta de memória da minha mãe, sei muito pouco dos meus primeiros anos, mas dividirei com vocês o que consegui descobrir. Por quê? Tem coisas que sei que preciso compartilhar.

Muitas pessoas dizem que eu sou um livro fechado. Se é pra contar, que seja do início! Hehehehe...

Não é pra ser interessante, e sim uma terapia...